O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) esteve neste sábado (5) no Rio de Janeiro cumprindo a agenda oficial da Cúpula do Brics. Pela manhã, discursou durante a abertura do Fórum Empresarial do grupo, que antecede o encontro de cúpula dos líderes, e destacou a necessidade de uma governança multilateral para regulamentar a inteligência artificial, alertando sobre riscos e impactos de seu uso sem diretrizes claras.

No período da tarde, Lula se reuniu com representantes de nações parceiras e membros do Brics. Entre os encontros, esteve com o primeiro-ministro do Vietnã, Pham Minh Chinh, com quem trocou presentes simbólicos: Lula entregou uma caixa com carnes brasileiras da Friboi, enquanto recebeu tilápia do Vietnã. Segundo o presidente, o gesto marcou a primeira exportação de carne bovina brasileira para o mercado vietnamita e, em contrapartida, o envio de tilápia vietnamita ao Brasil.

Lula manifestou interesse em abrir negociações comerciais entre o Mercosul e o Vietnã e afirmou que pretende organizar missões empresariais nos próximos meses para fortalecer as relações econômicas.

Em outro compromisso, Lula conversou com o primeiro-ministro da Etiópia, Abiy Ahmed Ali, para tratar de parcerias nas áreas de agricultura, indústria, mineração, energia e meio ambiente. O presidente brasileiro também determinou o envio de uma missão empresarial à Etiópia para explorar oportunidades de negócios e investimentos.

Após a reunião, Abiy Ahmed confirmou presença na COP30, que será realizada em Belém (PA) em novembro. Ainda na agenda de bilaterais, Lula recebeu representantes da Nigéria, de Abu Dhabi e o primeiro-ministro da China, Li Qiang.

A Cúpula do Brics segue no domingo (6) e na segunda-feira (7), considerada o ponto alto da presidência brasileira no bloco em 2025. Estão previstas discussões sobre redução da pobreza, financiamento climático, inteligência artificial e ampliação do acesso a tecnologias.

Participam da cúpula 11 países-membros — incluindo Brasil, China, Índia, Rússia, África do Sul, Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Indonésia e Irã — e 10 parceiros, como Vietnã e Cuba.

De acordo com a organização, os presidentes Vladimir Putin (Rússia), Xi Jinping (China) e Abdel Fattah al-Sisi (Egito) não devem comparecer pessoalmente, mas enviarão representantes. O Itamaraty coordena o evento, que conta com segurança reforçada e restrição do espaço aéreo no entorno do local de reunião.