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Nova Fátima Bahia,06/07/2025

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ABATE DE JUMENTOS NA BAHIA ATINGE NÍVEL CRÍTICO E AMEAÇA EXTINÇÃO DA ESPÉCIE NO BRASIL

Exportação para o mercado asiático estimula rede clandestina e expõe animais a maus-tratos em condições comparadas a “campos de concentração”


ABATE DE JUMENTOS NA BAHIA ATINGE NÍVEL CRÍTICO E AMEAÇA EXTINÇÃO DA ESPÉCIE NO BRASIL Foto: Reprodução

O número de jumentos abatidos no interior da Bahia chegou a patamares alarmantes nos últimos anos, impulsionado pela demanda de exportação para países asiáticos, onde o couro e outros derivados do animal são usados em medicamentos tradicionais e cosméticos. Entre 2018 e 2024, dados do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) apontam que cerca de 248 mil jumentos foram abatidos no país, resultando em uma redução de 94% da população da espécie no Brasil. A Bahia lidera tanto em número de abates quanto no risco à preservação dos animais.

Para o pesquisador Pierre Escobro, especialista em impactos socioambientais no Nordeste, a situação é extremamente grave. “Se nada for feito, o jumento estará extinto do território brasileiro antes de 2030”, alertou em evento na Universidade Federal de Alagoas (UFAL). Ele destaca que a intensificação do abate começou em 2018, período em que universidades e entidades começaram a receber denúncias e realizar estudos sobre os impactos da atividade.

O pesquisador detalhou ainda que municípios como Canudos enfrentaram condições extremamente precárias de confinamento, com surtos de doenças infectocontagiosas e zoonoses, como o mormo. “Encontramos verdadeiros campos de concentração, sem alimento, sem água e com alto índice de mortalidade”, relatou Escobro.

Segundo ele, a Bahia não só concentra o maior número de abates, mas também serve como rota de transporte irregular de jumentos vindos de outros estados, alimentando uma rede clandestina que inclui fazendas de fachada e transporte noturno dos animais.

O jurista e professor Yuri Lima explica que não há qualquer cadeia produtiva estruturada para o abate legalizado de jumentos, o que agrava a situação de maus-tratos. “Eles são capturados ou comprados de pequenos criadores e transportados em longas distâncias, sem água e sem qualquer assistência veterinária”, apontou.






Casos de confinamento em condições degradantes foram registrados em Itapetinga, Canudos, Paulo Afonso e Itatim nos últimos anos, segundo um dossiê que o Bahia Notícias obteve acesso e que foi encaminhado ao Ministério Público da Bahia. O documento contém imagens impactantes das condições dos animais e detalha a ocorrência de doenças graves, como o mormo, que representa risco inclusive à saúde pública por ser uma zoonose de difícil diagnóstico e notificação.




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