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Nova Fátima Bahia,30/04/2025

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MINISTRO DO STF PEDE MAIS TEMPO E SUSPENDE JULGAMENTO DE CABELEIREIRA ACUSADA DE VANDALISMO EM 8 DE JANEIRO

Cabeleireira é julgada por vandalismo durante atos de 8 de janeiro; ministro Luiz Fux pede mais tempo para análise do caso


MINISTRO DO STF PEDE MAIS TEMPO E SUSPENDE JULGAMENTO DE CABELEIREIRA ACUSADA DE VANDALISMO EM 8 DE JANEIRO Foto: Reprodução

O ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), solicitou mais tempo para analisar o caso e interrompeu, nesta segunda-feira (24), o julgamento da cabeleireira Débora Rodrigues dos Santos. Ela é acusada de pichar a frase "Perdeu, mané" na escultura "A Justiça", localizada em frente ao STF, durante os atos de vandalismo ocorridos em 8 de janeiro de 2023.

Até o momento da interrupção, dois votos já haviam sido registrados pela condenação de Débora a 14 anos de prisão. Os ministros Alexandre de Moraes, relator do caso, e Flávio Dino se manifestaram a favor da pena. Com o pedido de vista, Fux terá até 90 dias para devolver o processo, momento em que o julgamento poderá ser retomado.

Débora vinha sendo julgada no plenário virtual da Primeira Turma do STF, que inclui também os ministros Cristiano Zanin e Cármen Lúcia. O modelo permite que os ministros registrem seus votos ao longo de um prazo determinado, mas a análise pode ser interrompida por pedidos de vista ou destaque.

A cabeleireira foi identificada em imagens registradas durante os ataques. A escultura pichada, de autoria do artista mineiro Alfredo Ceschiatti, tem valor estimado entre R$ 2 milhões e R$ 3 milhões. O relator Alexandre de Moraes destacou que Débora estava "alinhada à dinâmica criminosa", citando um vídeo que a mostra vandalizando a estátua e exibindo as mãos sujas de batom vermelho, enquanto sorri para a multidão presente na Praça dos Três Poderes.

Outro ponto citado na acusação foi a tentativa de Débora de apagar conteúdos do celular antes de ser presa, o que, segundo a Polícia Federal, indica possível obstrução da Justiça. Moraes reforçou que dispositivos eletrônicos frequentemente contêm provas relevantes, como mensagens e registros de localização.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou Débora por associação criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado e dano qualificado ao patrimônio da União. Diferente de outros réus do 8 de janeiro, ela não recebeu oferta de acordo de não persecução penal, uma alternativa concedida a casos com penas inferiores a quatro anos de prisão.

Débora foi presa em março de 2023 e chegou a escrever uma carta ao ministro Moraes pedindo desculpas, alegando que desconhecia o significado simbólico da escultura. Ela afirmou ter aprendido sobre a importância do monumento e que, na época, não sabia sequer seu nome.

A cabeleireira, que mora em Paulínia (SP) e tem dois filhos, está atualmente detida no Centro de Ressocialização Feminino de Rio Claro. Em novembro de 2023, uma anotação com seu nome foi encontrada na casa alugada por Francisco Wanderley Luiz, conhecido como Tiu França, que morreu ao tentar explodir uma bomba ao lado da estátua. No entanto, não há indícios de qualquer ligação entre os dois.

A frase pichada na escultura faz referência a uma resposta do ministro Luís Roberto Barroso a um apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro, em novembro de 2022, em Nova York. Na ocasião, ao ser abordado, Barroso rebateu: "Perdeu, mané. Não amola!".

O julgamento de Débora segue suspenso até que o ministro Fux conclua sua análise e devolva o processo ao plenário.




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