CARLO ANCELOTTI É CONDENADO POR FRAUDE FISCAL NA ESPANHA, MAS NÃO DEVE CUMPRIR PENA DE PRISÃO
Tribunal de Madri sentenciou técnico do Real Madrid a um ano de reclusão e multa milionária; condenação se refere ao ano de 2014

O técnico Carlo Ancelotti foi condenado nesta terça-feira (9) a um ano de prisão pelo Tribunal de Madri, por crime de fraude fiscal cometido em 2014. A sentença inclui também o pagamento de uma multa de 386 mil euros (cerca de R$ 2,4 milhões), além da perda temporária de benefícios fiscais e previdenciários por três anos. Apesar da condenação, o italiano não deve cumprir pena em regime fechado, uma vez que não possui antecedentes criminais e já quitou a dívida com o fisco espanhol, com ajuda do Real Madrid.
A decisão não implica em prisão imediata graças à legislação espanhola, que permite suspensão da pena para réus primários em condenações inferiores a dois anos. Ancelotti segue em liberdade e, até o momento, nem ele nem a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) se pronunciaram oficialmente sobre o caso. O treinador é apontado como futuro técnico da Seleção Brasileira a partir de 2026, o que aumenta o interesse sobre os desdobramentos do processo.
Segundo o Ministério Público da Espanha, Ancelotti teria ocultado rendimentos ligados a direitos de imagem durante sua primeira passagem pelo Real Madrid, em 2014. O valor sonegado foi estimado em 386 mil euros naquele ano. Já as acusações relativas a 2015, quando o montante apontado era de R$ 4,1 milhões, foram rejeitadas pelo tribunal, resultando em absolvição parcial.
Durante o julgamento, realizado nos dias 2 e 3 de abril, Ancelotti se defendeu afirmando que não teve intenção de burlar o sistema tributário. “Eu só estava preocupado em receber o salário líquido de seis milhões por três anos, e nunca percebi que algo estava errado, nem recebi nenhuma notificação de que o Ministério Público estava me investigando”, declarou o treinador.
Apesar da condenação, Ancelotti continua com prestígio no cenário esportivo, mas o episódio lança sombras sobre sua imagem pública e pode gerar repercussões em sua relação com clubes, patrocinadores e até mesmo com a CBF.
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