O conflito entre Irã e Israel atingiu novos patamares de violência neste sábado (14), com um novo ataque israelense deixando ao menos 60 mortos em Teerã, segundo a TV estatal iraniana. A ofensiva ocorreu poucas horas após o Irã retaliar os bombardeios israelenses da sexta-feira (13), com mísseis que mataram três civis e feriram 82 em território israelense.

Com os 60 mortos do ataque mais recente, o número de vítimas fatais no Irã chega a 138, incluindo ao menos 20 crianças que estavam em um complexo residencial na capital atingido pelas Forças de Defesa de Israel (FDI). O ataque também teria matado cientistas nucleares e altos comandantes militares iranianos, o que intensificou ainda mais as ameaças entre os dois países.

Na sexta-feira, um ataque israelense considerado "inicial" matou 78 pessoas no Irã, incluindo o chefe da Guarda Revolucionária, general Hossein Salami, e o chefe das Forças Armadas, general Mohammad Bagheri. Outras 320 pessoas ficaram feridas. Israel afirmou que nove cientistas nucleares morreram, três deles já identificados: Ali Bakaei Karimi, Mansour Asgari e Saeid Borji.

Os ataques israelenses tiveram como alvos dezenas de instalações militares e nucleares no Irã, incluindo fábricas de mísseis balísticos e centros de comando. Segundo o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, a operação visa "atacar a infraestrutura nuclear do Irã, as fábricas de mísseis balísticos e as capacidades militares do país inimigo". Ele afirmou ainda que Israel está em um "ponto decisivo" de sua história e que os bombardeios continuarão "pelo tempo que for necessário".

A resposta iraniana, por sua vez, foi igualmente contundente. Em pronunciamento, o líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, classificou os ataques israelenses como um "crime" e prometeu uma "punição severa". Já o novo comandante da Guarda Revolucionária, general Mohammad Pakpour, afirmou que haverá "consequências destruidoras" para Israel.

Os mísseis iranianos lançados neste sábado atingiram a cidade de Rishon Lezion, no centro de Israel, matando duas pessoas e ferindo ao menos 63. A terceira vítima foi registrada no ataque anterior, também atribuído a Teerã.

O agravamento da situação gerou reações de alerta na comunidade internacional. Com ambos os países prometendo continuar os ataques, o risco de um conflito de grandes proporções no Oriente Médio aumenta, envolvendo não apenas Israel e Irã, mas também seus aliados estratégicos e potências ocidentais.