Quinze grandes empresários franceses anunciaram a intenção de investir R$ 100 bilhões no Brasil nos próximos cinco anos. O compromisso foi firmado em Paris durante uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que está em visita oficial à França desde quarta-feira (5). Os recursos devem ser direcionados a diferentes setores da economia brasileira, segundo o governo.

Neste sábado (7), em coletiva à imprensa, Lula destacou os resultados da agenda internacional. “Essas viagens são fundamentais. Quando somamos os investimentos que já conseguimos na China e no Japão, vemos que estamos fazendo o que qualquer presidente deveria fazer: abrir caminhos para o Brasil crescer”, afirmou.

A França é atualmente a terceira maior fonte de investimentos diretos no Brasil, com um estoque superior a US$ 66 bilhões. Estima-se que mais de mil empresas francesas atuem em território brasileiro, gerando aproximadamente 500 mil empregos diretos.

Segundo o presidente, o papel do governo é facilitar o contato entre empresários brasileiros e estrangeiros. “Abro as portas, apresento o que temos a oferecer e pergunto o que eles têm para contribuir. Foi exatamente o que fiz aqui na França”, declarou.

Durante a visita, os dois países também reforçaram os acordos bilaterais previstos no Plano de Ação da Parceria Estratégica Brasil-França, criado em 2008. Um dos projetos em destaque é a cooperação para a produção de helicópteros na unidade da Helibrás, em Itajubá (MG). A iniciativa, discutida entre Lula e o presidente francês Emmanuel Macron, prevê o uso da planta brasileira para atender demandas internas e também exportações.

De acordo com o chanceler Mauro Vieira, os helicópteros poderão ser usados por forças policiais, serviços de saúde e operações ambientais. “Essa fábrica em Minas Gerais poderá atender a países vizinhos que tenham interesse”, explicou.

Outro eixo da parceria é a cooperação científica. Brasil e França assinaram acordos voltados ao desenvolvimento de vacinas e produtos laboratoriais, envolvendo a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e instituições francesas como o Instituto Pasteur.

Lula também tratou com Macron do acordo de livre comércio entre Mercosul e União Europeia, atualmente travado por objeções de setores agrícolas europeus. Esta é a primeira visita oficial de um chefe de Estado brasileiro à França em 13 anos.