Dois ex-policiais militares da Bahia foram condenados por crimes de corrupção passiva, em sentenças proferidas pela 1ª Vara de Auditoria Militar de Salvador. As decisões, solicitadas pelo Ministério Público do Estado da Bahia (MP-BA), ainda permitem recurso por parte das defesas.

Um dos condenados é Fabrício Carlos Santiago dos Santos, conhecido como “Capitão Toddy”. Ele foi sentenciado a seis anos, dois meses e oito dias de prisão, além da perda definitiva do cargo e da patente. A investigação apontou que o ex-oficial fazia parte de um esquema de propinas recorrentes, recebidas de comerciantes no município de Santa Cruz Cabrália, no Extremo Sul baiano.

📱 Conversas revelaram o uso do cargo para obter vantagens ilegais

A apuração teve início com o Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco Sul), após revelações do portal Metrópoles sobre mensagens trocadas via WhatsApp entre o então capitão e comerciantes locais. O conteúdo das conversas indicava que o policial negociava permissões para eventos com som alto e “esquecia” infrações de trânsito em troca de pagamentos.

As investigações mostraram que havia um “acerto semanal” entre o ex-PM e um dono de distribuidora de bebidas, que pagava para manter festas com música alta até o amanhecer, sem intervenção da polícia. Em tom de deboche, o capitão enviava figurinhas com sua própria imagem para “agradecer” as propinas, chamadas informalmente de “Toddy”.

💸 Segundo condenado também recebeu propina durante abordagem

O outro ex-policial militar recebeu pena de quatro anos, um mês e 23 dias de prisão. O caso ocorreu em 2016, quando o agente abordou uma mulher na rotatória do CIA, em Salvador, e exigiu R$ 300 para não aplicar penalidade por irregularidade no capacete da motociclista. A prática foi considerada abuso de função pública e configurou corrupção passiva.

🔒 Condenações evidenciam atuação sistemática e desvio de conduta

De acordo com o MP-BA, o comportamento de ambos os ex-militares revela uma utilização indevida do poder de polícia em benefício próprio. As penas devem ser cumpridas em regime inicial semiaberto, conforme decisão judicial. O processo segue aberto à apresentação de recursos.