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Nova Fátima Bahia,14/05/2025

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BOLSONARO ADMITE QUE CONDENAÇÃO NO STF SERIA "GAME OVER" E CRITICA CORTE POR SUPOSTA PERSEGUIÇÃO

Ex-presidente afirma que não terá mais recursos se for condenado por trama golpista e volta a acusar o Supremo de desgaste institucional e lawfare


BOLSONARO ADMITE QUE CONDENAÇÃO NO STF SERIA Foto: Alan Santos

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta quarta-feira (14) que, caso seja condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no processo que investiga sua participação na tentativa de golpe de Estado em 2022, sua trajetória política chegará ao fim. “Se eu for condenado, acabou, é game over. Não tem mais para onde recorrer”, disse, em entrevista ao portal UOL.

Bolsonaro, que frequentemente faz críticas ao Judiciário, negou ter prazer em atacar o Supremo, mas voltou a acusar a corte de perseguição. “Isso gera desgaste. Não fico feliz em desgastar o STF. Mas não entendo por que essa perseguição brutal comigo”, declarou. O ex-presidente também citou casos internacionais para reforçar sua narrativa de que é alvo de lawfare — uso do Judiciário com fins políticos — mencionando episódios ocorridos em países como Romênia, França e Estados Unidos.

Sucessão indefinida e elogios contidos

Apesar do avanço das investigações e do seu crescente isolamento político, Bolsonaro não indicou qualquer nome como sucessor. Elogiou o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), mas evitou apontá-lo como eventual candidato do seu grupo político para 2026. “Ainda falta muito tempo”, limitou-se a dizer.

Tentativa de descolar-se de plano de atentado

O ex-presidente também minimizou o encontro que teve no final de seu governo com o general Mário Fernandes, preso sob acusação de planejar o assassinato de autoridades como o presidente Lula (PT), o vice Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro do STF Alexandre de Moraes — plano que ficou conhecido como Punhal Verde e Amarelo.

Segundo Bolsonaro, a reunião no Palácio da Alvorada foi de cortesia. “Muita gente foi me ver no fim do mandato, saber como eu estava de saúde. A Polícia Federal precisa ouvir o general, isso parece mais roteiro de filme do que realidade”, afirmou.

Delação e acusações de tortura psicológica

Outro ponto abordado foi a delação premiada de seu ex-ajudante de ordens, tenente-coronel Mauro Cid, que detalhou articulações do núcleo bolsonarista para tentar reverter o resultado das eleições de 2022. Bolsonaro evitou chamá-lo de mentiroso, mas sugeriu que ele foi forçado a colaborar: “Foi torturado. Isso é pau de arara do século 21”, afirmou, em alusão a métodos de tortura utilizados na ditadura militar — período que o ex-presidente já exaltou publicamente.

Rumo ao julgamento

No fim de março, a Primeira Turma do STF decidiu, por unanimidade, aceitar a denúncia da Procuradoria-Geral da República contra Bolsonaro e outros sete investigados por participação na tentativa de ruptura institucional. Com isso, o ex-presidente se tornou réu formalmente e pode ser julgado até o fim deste ano.

Bolsonaro, que já foi declarado inelegível pelo TSE por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação, agora vê a possibilidade de prisão se aproximar. Ele responde por cinco crimes, com penas que, somadas, ultrapassam 40 anos de reclusão.

Conflito entre Poderes

A entrevista ocorre em meio a uma crise entre o STF e a Câmara dos Deputados. Um dia antes, o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), anunciou uma ação direta ao plenário do STF para contestar a anulação da manobra parlamentar que beneficiaria o deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ) — aliado de Bolsonaro e também investigado.

Paralelamente, líderes da Câmara indicaram que pretendem avançar com uma PEC que limita decisões monocráticas de ministros do Supremo. A proposta, já aprovada pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), pretende restringir o poder individual dos magistrados em suspender leis aprovadas pelo Congresso, aumentando o embate institucional entre Legislativo e Judiciário.
















Enquanto isso, o ex-presidente tenta se manter relevante no cenário político, mesmo sob risco de ver sua liberdade e influência comprometidas definitivamente.




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