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Nova Fátima Bahia,12/07/2025

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Diretor da PF diz que documentos do FBI corroboram delação de Mauro Cid

Enquanto Bolsonaro comandava o País, Mauro Cid teve acesso livre ao Palácio do Planalto e esteve ao lado do ex-presidente em entrevistas

Fonte: Estadão Conteúdo
Diretor da PF diz que documentos do FBI corroboram delação de Mauro Cid Lula Marque / Agência Brasil

O diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Passos
Rodrigues, afirmou que documentações enviadas pelo Federal Bureau of
Investigation (FBI) corroboram a delação premiada feita pelo ex-ajudante de
ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), tenente-coronel Mauro Cid. As
declarações foram feitas em uma entrevista à CNN.

Os documentos enviados pela FBI à polícia brasileira são
sobre o caso do esquema ilegal de venda de joias da Presidência da República.
Segundo Rodrigues, apenas parte das informações cedidas pelo FBI chegaram até o
Brasil e outras devem chegar em breve. "É um processo lento que depende da
autoridade central do outro país e da nossa autoridade central", afirmou.

"Já começamos a receber as primeiras documentações e as
primeiras informações que vão na esteira do que falávamos antes e vão
corroborando aos depoimentos e a própria colaboração premiada que foram feitas,
e isso robustece as nossas provas", disse o diretor-geral da PF.

A PF acionou o FBI para avançar as investigações sobre o
esquema em agosto deste ano. Em outubro, o governo dos EUA permitiu que o órgão
atuasse para investigar as transações feitas por aliados de Bolsonaro no país.

O diretor-geral da PF também disse que a PF já identificou
que foram feitas manifestações financeiras ilegais e os participantes serão
punidos ao final das investigações. "Houve, de fato, essas transações que
estão sendo apuradas e aqueles que, em alguma medida, tem participação, serão
responsabilizados", afirmou Passos.

Cid disse em delação que entregou dinheiro de esquema ilegal
para Bolsonaro

Na delação premiada feita para a PF, Mauro Cid disse que
entregou para o ex-chefe do Executivo uma parte do dinheiro da venda de joias
recebidas pela Presidência da República no exterior. O ex-ajudante de ordens
disse acreditar que a venda de joias dadas ao ex-presidente poderia ser
considerada imoral, mas não ilegal.

De acordo com Mauro Cid, a ideia de vender as peças surgiu
como uma forma de "bancar as despesas" processuais de Bolsonaro.
"O presidente estava preocupado com a vida financeira. Ele já havia sido
condenado a pagar várias multas", disse o tenente-coronel à PF.

Bolsonaro ganhou joias de autoridades estrangeiras em
viagens oficiais e, por isso, os itens valiosos deveriam ser incorporados ao
acervo da União. Porém, as peças foram omitidas dos órgãos públicos, incluídas
ao estoque pessoal do ex-chefe do Executivo e negociadas para fins de
enriquecimento ilícito, segundo as investigações.

As tentativas de vender as peças só cessaram após o Estadão
revelar, em março, que auxiliares de Bolsonaro tentaram entrar ilegalmente no
Brasil com um kit composto por colar, anel, relógio e um par de brincos de
diamantes entregues pelo governo saudita para o então presidente e Michelle
Bolsonaro.

Ao Estadão, em agosto, o ex-chefe do Executivo alegou
que Mauro Cid tinha "autonomia" para agir. A declaração foi em
resposta ao questionamento se o ex-presidente havia pedido para seu subordinado
vender joias no exterior e trazer de volta o dinheiro para o País.

'Há consistência' em delação de Cid, diz diretor-geral da PF

Na entrevista cedida à CNN, Andrei Passos disse que a
delação premiada de Cid auxiliou os investigadores a descobrir provas sobre o
esquema ilegal de joias. "Há muitos elementos já apontados que nos
permitem, confrontando com os demais elementos já colhidos nos autos,
identificar que, de fato, há consistência e há bons caminhos para que as provas
venham aos autos", afirmou.

Cid foi preso no dia 3 de maio, em uma operação da PF que
investiga a inserção de dados falsos de vacinação da covid-19 no sistema da
Ministério da Saúde. Após ter a delação premiada homologada pelo ministro do
Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, foi liberado do quartel
onde estava detido no dia 9 de setembro.

Enquanto Bolsonaro comandava o País, Mauro Cid teve acesso
livre ao Palácio do Planalto e esteve ao lado do ex-presidente em entrevistas,
lives, reuniões e até em salas de cirurgia em hospitais, sendo o braço-direito
e secretário particular de Bolsonaro nos quatro anos do governo passado. As
memórias e os acessos que teve nos últimos quatro anos tornam a delação um
problema para o ex-chefe do Executivo.

Também na delação premiada, Cid admitiu a sua participação
no esquema de fraudes dos cartões de vacina e implicou Bolsonaro como o
mandante. O ex-ajudante de ordens também detalhou como funcionava o
"gabinete do ódio", uma sala no Palácio do Planalto onde o
ex-presidente e assessores da Presidência difundiam mensagens contra
instituições democráticas.

































Outra informação de Cid à PF na delação premiada foi a de
que Bolsonaro se reuniu com a cúpula das Forças Armadas, após o segundo turno
das eleições presidenciais, para discutir a possibilidade de uma intervenção
militar para reverter o resultado que elegeu o presidente Luiz Inácio Lula da
Silva (PT) para a Presidência.




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