A 30ª edição da Agrishow, realizada em Ribeirão Preto (SP), encerrou suas atividades com um resultado histórico: R$ 14,6 bilhões em intenções de negócios, segundo divulgado nesta sexta-feira (2) pela organização da feira. O montante representa um avanço de 7% em valores nominais em comparação com o evento de 2024, e um ganho real de 2,09% considerando a inflação do período.

O desempenho expressivo foi puxado por setores de grande peso no agronegócio, como café, grãos, cana-de-açúcar e citros. Embora o presidente de honra da feira, Maurilio Biagi Filho, tenha traçado como meta alcançar R$ 15 bilhões, o volume final se aproximou do objetivo e consolidou um novo recorde para o evento.

Além das negociações, a Agrishow teve impacto direto na economia local, com movimentação estimada em R$ 500 milhões, beneficiando hotéis, restaurantes, bares e postos de combustíveis. Ao todo, 197 mil pessoas passaram pelo parque de exposições, superando em 2 mil a expectativa inicial da organização.

O Banco do Brasil foi um dos destaques da feira, atingindo R$ 4,4 bilhões em propostas de negócios — número que ultrapassou sua meta já na quarta-feira. A estratégia agressiva do banco incluiu 177 eventos preparatórios para conquistar clientes rurais, apostando na projeção de safra recorde e no crescimento do PIB do setor agropecuário.

O Santander também demonstrou otimismo e buscou repetir o desempenho dos anos anteriores, quando atingiu R$ 2 bilhões em operações.

Entre as empresas presentes, os resultados foram positivos. A Solinftec, especializada em soluções tecnológicas para o campo, expandiu sua base de clientes em 1 milhão de hectares, além de ter superado em 20% a meta de vendas de seus robôs Solix. A plataforma de inteligência artificial Alice também ganhou espaço entre os produtores.

A XCMG, fabricante chinesa de equipamentos, anunciou um aumento de 10% no faturamento em comparação ao ano passado, com destaque para a venda de minicarregadeiras e miniescavadeiras voltadas ao setor agropecuário.

Já a Tracan, representante da Case IH, avaliou que os negócios ficaram estáveis em relação a 2024. A empresa, no entanto, destacou que muitos acordos iniciados na feira devem ser concluídos nos próximos dias.

O presidente da Agrishow, João Carlos Marchesan, enfatizou que a consolidação dos negócios anunciados depende diretamente de políticas públicas adequadas, como um plano Safra robusto e com juros acessíveis ao setor.

Organizada por entidades como Abimaq, Abag, Anda, Faesp e SRB, a feira se consolidou como o maior evento de tecnologia agrícola da América Latina. A próxima edição já tem data marcada: acontecerá de 27 de abril a 1º de maio de 2026, novamente em Ribeirão Preto.