MULHER NATURAL DE RIACHÃO DO JACUIPE PODE SER A MAIS VELHA DO MUNDO E FAZ 117 ANOS NESTE SÁBADO
Natural de Riachão do Jacuípe e moradora da zona rural de Queimadas, idosa pode ser a mulher mais velha do mundo em vida; família e vizinhança celebram a trajetória da matriarca

Com uma frase simples e poderosa escrita na parede do seu quarto — “Jesus, tome conta de todos nós” —, a baiana Aquelina Maria de Jesus, que completa 117 anos neste sábado (10), resume uma vida marcada por fé, força e carinho familiar. De acordo com o seu Registro Geral, ela nasceu em 10 de maio de 1908 e, até hoje, mantém lucidez e firmeza nas suas crenças. As informações são do portal Notícias de Queimadas e Região.
Nascida em Riachão do Jacuípe, na região sisaleira da Bahia, Aquelina vive há 15 anos no povoado Pedrolândia, zona rural do município de Queimadas, distante cerca de 120 km da cidade onde nasceu. O lar que divide com parte da família é simples, mas organizado com carinho, especialmente pensando no conforto da matriarca, que é considerada por todos uma inspiração de vida.
Dona Aquelina teve seis filhos e formou uma extensa e orgulhosa linhagem: são 25 netos, 62 bisnetos, 33 trinetos e três tetranetos — e todos celebram com reverência a história da matriarca.
Há sete anos, ela sofreu uma queda e fraturou o fêmur. Por conta da idade avançada, a cirurgia foi descartada, e desde então ela permanece acamada. Ainda assim, segue acompanhada de perto pela neta Waldir Maria de Jesus, conhecida como dona Tica, de 66 anos, que também cuida da própria mãe, de 93 anos.
“É uma bênção ter minha mãe e minha avó vivas. Eu me sinto privilegiada. Cuido de dona Aquelina com amor. Ela fala pouco, mas ainda responde quando perguntamos coisas do passado”, conta dona Tica, emocionada.
Apesar da rotina difícil, com todos os cuidados sendo realizados em cima da cama, dona Tica se dedica integralmente à avó. “Ela não mexe a perna, não levanta. Mas Deus me dá força para fazer tudo. É um trabalho de amor”, diz.
Vizinha e parente por afinidade, Adailma Silva destaca que Aquelina é querida por todos da comunidade: “Ela é muito amada no povoado. Antes morava em Belo Alto, na Rua de Augusto, nome do pai dela. Veio para Pedrolândia após quebrar o braço e ficou com a filha.”
Com o falecimento recente da freira Inah Canabarro Lucas, que morreu antes de completar 117 anos, a família de dona Aquelina passou a se perguntar se ela seria, agora, a mulher mais velha viva do mundo. Segundo o grupo de pesquisadores da LongeviQuest, que valida a idade de supercentenários ao redor do planeta, a atual recordista é a britânica Ethel Caterham, com 115 anos e 260 dias.
Ainda não há confirmação oficial da idade de Aquelina por esses pesquisadores, mas os registros apontam que, caso comprovado, ela pode assumir o posto de pessoa viva mais velha do mundo — um feito notável que traz orgulho não apenas para sua família, mas para toda a Bahia.
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