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Nova Fátima Bahia,30/04/2025

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PF REVELA ESQUEMA BILIONÁRIO DE FRAUDES NO INSS ENVOLVENDO SERVIDORES E ASSOCIAÇÕES DE FACHADA

Golpe usava cadastros falsos para descontar mensalidades de aposentados; prejuízo pode passar de R$ 6 bilhões entre 2019 e 2024. Presidente do INSS foi demitido após operação.


PF REVELA ESQUEMA BILIONÁRIO DE FRAUDES NO INSS ENVOLVENDO SERVIDORES E ASSOCIAÇÕES DE FACHADA Foto: Polícia Federal

Uma investigação da Polícia Federal escancarou um vasto esquema de desvios de recursos públicos envolvendo o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). O golpe, segundo a PF e a Controladoria-Geral da União (CGU), funcionava por meio do cadastramento fraudulento de aposentados e pensionistas em associações de fachada, que passavam a descontar valores diretamente da folha de pagamento desses beneficiários — sem o conhecimento ou autorização deles.

A fraude, que teria causado um rombo de até R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024, levou à queda do presidente do INSS, Alessandro Stefanutto. Além dele, outros cinco servidores de alto escalão foram afastados pela Justiça, enquanto seis pessoas ligadas às entidades suspeitas foram presas preventivamente.

Como funcionava o golpe

Segundo o relatório da investigação, associações supostamente criadas para oferecer serviços aos aposentados eram, na prática, instrumentos de desvio de dinheiro. Utilizavam assinaturas falsificadas para simular autorizações de desconto, ofereciam propina a servidores do INSS em troca de acesso aos dados dos beneficiários e usavam "laranjas" — pessoas de baixa renda, idosos ou mesmo aposentados por incapacidade — como dirigentes formais das entidades.

Em um dos casos mais emblemáticos, duas dessas associações atuaram durante mais de quatro anos no mesmo endereço em Fortaleza (CE), sob a direção da mesma pessoa: Cecília Rodrigues Mota, que chegou a fazer 33 viagens em menos de um ano, incluindo roteiros internacionais para destinos como Dubai, Paris e Lisboa.

Fraudes em larga escala

A PF identificou que os descontos irregulares ocorriam em lotes, sem qualquer validação individual, o que facilitava a proliferação das fraudes. Houve casos de aposentados que, em um único dia, foram filiados a várias entidades com os mesmos erros de grafia — um indicativo claro de adulteração em massa.

Onze associações estão na mira da investigação, suspeitas de facilitar os descontos indevidos e movimentar o dinheiro desviado.

Quem são os envolvidos

Entre os afastados por ordem judicial, estão nomes influentes da cúpula do INSS:



  • Alessandro Stefanutto (presidente do INSS, já exonerado),




  • Virgílio Antônio Ribeiro de Oliveira Filho (procurador-geral),




  • Giovani Fassarella Spiecker (coordenador-geral de atendimento),




  • Vanderlei Barbosa dos Santos (diretor de benefícios),




  • Jacimar Fonseca da Silva (coordenador-geral de pagamentos),




  • Philipe Coutinho (policial federal que atuava no Aeroporto de Congonhas).



Outro nome que aparece com destaque na apuração é o de Antonio Carlos Camilo Antunes, apelidado de “Careca do INSS”, apontado como o principal operador do esquema. Ele é acusado de lavar dinheiro por meio de empresas e de repassar valores a pessoas ligadas a servidores públicos.

Entre os beneficiados com os repasses estariam:



  • Thaisa Hoffmann Jonasson, esposa do então procurador-geral Virgílio Filho;




  • Alexandre Guimarães, ex-diretor do INSS na gestão Bolsonaro;




  • Eric Douglas Fidelis, advogado e filho do ex-diretor André Paulo Félix Fidelis.



A defesa de Virgílio e Thaisa, por meio da advogada Izabella Borges, afirmou que "não há o que ser declarado no momento", já que a defesa ainda não teve acesso aos autos do processo.
















A investigação segue em curso e deve ter novos desdobramentos nos próximos dias.




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