TEMER VÊ DESGASTE DE LULA E DIZ QUE PRESIDENTE PODE REPENSAR REELEIÇÃO EM 2026
Ex-presidente também descarta candidatura e defende punições equilibradas aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro

O ex-presidente Michel Temer (MDB) avaliou que o cenário de desgaste político enfrentado por Luiz Inácio Lula da Silva (PT) — com queda de popularidade e embates constantes com o Congresso Nacional — pode levá-lo a repensar uma nova candidatura ao Palácio do Planalto em 2026. A declaração foi dada em entrevista ao programa Canal Livre, da TV Band, que vai ao ar neste domingo (11).
“Lula costumava manter um diálogo muito próximo com o Congresso em seus primeiros mandatos. Agora, isso parece ter se perdido. Soma-se a isso a queda da aprovação popular. Esses fatores podem levá-lo a refletir seriamente antes de decidir concorrer novamente”, afirmou Temer.
Ao analisar o cenário político nacional, o emedebista acredita no fortalecimento da direita, sobretudo se houver consenso em torno de um nome único. “Se houver vários candidatos de um lado e apenas um do outro, esse candidato único parte com uma vantagem clara”, comentou, referindo-se a uma possível união da direita.
Apesar de sua leitura crítica do momento atual, Temer descartou qualquer retorno à disputa eleitoral. “Foram 32 anos na vida pública, ocupando praticamente todos os cargos da República, inclusive a Presidência. Não tenho mais disposição para isso”, garantiu.
Em outra frente, o ex-presidente defendeu equilíbrio nas punições aos envolvidos nos ataques de 8 de janeiro de 2023, quando manifestantes bolsonaristas invadiram as sedes dos Três Poderes, em Brasília. Indo na contramão de aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que pedem anistia total, Temer sugeriu que o Supremo Tribunal Federal (STF) possa revisar as penas para encontrar um “meio termo”.
“O Congresso tem sim competência para discutir uma lei de anistia, mas talvez o melhor caminho, para evitar atritos institucionais, seja o próprio STF reavaliar a dosimetria das penas”, declarou, em entrevista ao jornal O Globo.
COMENTÁRIOS